Cântico dos Cânticos (Ct), capítulo 4, vesículo 15

Cântico dos Cânticos (Ct) 4:15

15 Amada, és a fonte do mais lindo jardim, origem das águas vivas, que se tornam correntes e descem volumosas e refrescantes do Líbano!

O amado declara à amada

1 Como és bela, minha amada, como és linda! Os teus olhos, por trás do teu véu, são viçosos como os olhos das jovens pombas de Israel. O teu cabelo é como um rebanho de cabras que vem descendo pelas colinas de Gileade.

2 Teus dentes...um rebanho de ovelhas brancas tosquiadas subindo após o banho, cada qual com suas crias gêmeas e nenhuma delas está sem filhotes.

2 O poeta declara ao casal amado. Comei, amigos, bebei o quanto puderem, ó amados. A amada declara sobre o amado. Eu estava quase adormecida, mas meu coração vigiava. Escutai! É a voz do meu amado. Eis que está batendo à porta!

3 Os teus lábios são como um fio vermelho e delicado e a tua boca é linda. As tuas faces são como metades de uma romã por trás do teu véu.

A amada responde ao amado

3 Abre-me a tua porta, ó minha amada, minha irmã, minha igual e mui amada, linda pomba que amo. Vê a minha cabeça, está molhada de orvalho, o meu cabelo repleto do sereno da noite. Já despi a minha túnica, querido! Terei de vesti-la novamente? Já lavei os meus pés. Terei de colocá-los sobre o chão de novo?

4 O teu pescoço é como a torre de Davi, erguida como arsenal. Nela estão pendurados mil escudos de guerra, todos eles escudos que pertenceram a guerreiros heróicos.

4 Assim que meu amado passou a mão pela abertura da fechadura, meu coração palpitou mais forte e todo o meu corpo estremeceu por causa da sua presença.

5 Teus seios são como dois filhotes de cervo, como crias gêmeas de uma gazela vigorosa e que repousam entre os lírios.

O amado declara à amada

5 Adentrei ao meu jardim, minha irmã, minha igual, noiva amada. Colhi minha mirra e meu bálsamo, comi todo o meu favo de mel, bebi meu vinho puro e saciei-me de leite!

5 Então me levantei para abrir a porta ao meu amado. As minhas mãos destilaram mirra, e os meus dedos gotejavam perfume sobre a maçaneta da tranca.

6 Enquanto não chega a aurora e as sombras da noite não fogem, irei à montanha da mirra e à colina do incenso.

6 Eu abri a porta ao meu amado, mas ele já havia partido, já tinha ido embora. Quase desfaleci porque ele se fora. Procurei-o então, mas não consegui revê-lo; clamei-o, contudo ele não me respondeu.

7 És, portanto, toda bela, minha amada, e não tens um só defeito!

7 Encontraram-me os guardas quando faziam a ronda. Os guardas dos muros agrediram-me, feriram-me e arrancaram meu manto.

8 Vem do Líbano, noiva minha! Vem comigo do Líbano, meu amor! Desce do topo do Amana, do topo do Senir e do monte Hermom, das covas dos leões, da montanha dos leopardos.

8 Ó amigas, mulheres de Jerusalém, eu as faço jurar: se encontrardes o meu amado, dizei-lhe que caí enferma de amor!

9 Furtaste-me o coração, minha igual, minha noiva amada. Roubaste-me toda a alma com um simples olhar, com uma simples joia dos teus preciosos colares.

As mulheres respondem à amada

9 Ora, bela noiva, que diferença pode haver entre o teu amado e outro homem qualquer, ó tu, a mais formosa entre todas as mulheres de Israel? Que é o teu amado mais do que outro amado, para que nos obrigue a jurar?

10 Quão deliciosas são as tuas carícias, minha irmã, minha noiva amada! Teus amores são mais agradáveis que o melhor e mais puro dos vinhos. A fragrância do teu perfume supera a mais cara especiaria!

A amada exclama diante de todos

10 O meu amado é alvo e está com a pele rosada do sol; ele é o mais forte e bonito entre dez mil homens.

11 Os teus lábios gotejam a doçura dos favos de mel, minha amada noiva; leite e mel estão debaixo da tua língua. O aroma das tuas vestes é como o perfume do Líbano.

11 A sua cabeça é como o ouro mais refinado, os seus cabelos ondulam ao vento como os ramos de palmeira; pretos como a plumagem dos corvos.

12 És como um jardim fechado, minha noiva e minha irmã em Israel; és jardim fechado, uma fonte lacrada.

12 Os seus olhos são como os olhos das jovens pombas junto aos regatos de água pura, lavados em leite, incrustados como finas joias em seu rosto.

13 De ti brota um pomar de romãs graúdas, com frutos excelentes e saborosos; flores de hena perfumada e nardo puro;

13 Sua faces são como um jardim de especiarias que exalam perfume. Seus lábios são como lírios que destilam a mais pura mirra.

14 nardo e açafrão, cálamo e canela, com todo tipo de madeiras aromáticas, mirra e aloés, com todas as mais finas e caras especiarias.

14 Seus braços são como cilindros de ouro maciço com berilo neles engastado. Seu tronco é como marfim polido adornado de safiras.

15 Amada, és a fonte do mais lindo jardim, origem das águas vivas, que se tornam correntes e descem volumosas e refrescantes do Líbano!

15 Suas pernas são verdadeiras colunas de alabastro, mármore, firmadas em bases de ouro puro. Sua aparência é como o próprio Líbano; ele é elegante como os cedros.

A amada responde ao amado

16 Desperta, ó vento norte! Aproxima-te, vento sul! Soprai em meu jardim, a fim de espalhar por toda a parte os teus perfumes. Ah! Que meu amado entre em seu jardim e coma os seus frutos deliciosos!

16 Sua boca é a própria doçura. Ele é todo uma delícia! Assim é o meu amado, meu irmão e amigo, ó filhas de Jerusalém!