O Evangelho Segundo Lucas (Lc), capítulo 14, versículo 10

O Evangelho Segundo Lucas (Lc) 14:10

10 Por esse motivo, quando fores convidado, dá preferência aos lugares menos importantes, de forma que, quando passar o anfitrião do banquete, te saúde exaltando: ‘Amigo! Vem, assume um lugar mais importante’. E assim serás honrado na presença de todos os convidados.

Jesus cura um hidrópico no sábado

1 Certo sábado, chegando Jesus para comer na casa de um importante fariseu, todos o observavam com atenção.

2 E aconteceu que à frente dele estava um homem doente, com o corpo todo inchado.

2 Entretanto, os fariseus e os mestres da Lei o censuravam murmurando: “Este saúda e se mistura a pessoas desqualificadas e ainda partilha do pão com elas”.

3 Jesus indagou aos fariseus e aos mestres na Lei: “É permitido ou não curar no sábado?”

A parábola da ovelha perdida (Mt 18.10-14)

3 Foi então que Jesus lhes propôs a seguinte parábola:

4 Eles, todavia, ficaram em silêncio. Jesus, por sua vez, tomando o homem pela mão o curou e despediu-se dele.

4 “Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no campo as noventa e nove e vai em busca da que se extraviou, até que a encontre?

5 Em seguida, lhes questionou: “Qual de vós, se o seu jumento ou boi cair num poço, não o salvará rapidamente, ainda que seja dia de sábado?”

5 E assim que a encontra, coloca-a por sobre os ombros cheio de júbilo

6 Diante disto, eles ficaram sem palavras para responder.

6 e ruma para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e anuncia: ‘Alegrai-vos comigo, pois hoje encontrei minha ovelha perdida’.

Os humildes serão exaltados

7 Observando como os convidados escolhiam os lugares de maior destaque ao redor da mesa, Jesus lhes propôs uma parábola:

7 Eu vos afirmo que, da mesma maneira, haverá muito mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não carecem de arrependimento.

8 “Quando por alguém fores convidado para um banquete de casamento, não busques o lugar de honra; pois é possível que tenha sido convidada também outra pessoa, ainda mais digna do que tu.

A parábola da moeda perdida

8 Ou ainda, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e, perdendo uma delas, não acende uma candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?

9 Sendo assim, o anfitrião que aos dois convidou, se aproximará e te pedirá: ‘Dá o lugar onde estás a este’. Então, sob grande humilhação, irás ocupar o último lugar.

9 E, tendo-a achado, reúne suas amigas e vizinhas e proclama: ‘Alegrai-vos comigo, porque agora achei minha dracma perdida’.

10 Eu vos asseguro que, de igual modo, há grande júbilo na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”.

11 Portanto, todo o que se promove será envergonhado; mas o que a si mesmo se humilha receberá exaltação”.

A parábola do filho perdido

11 E Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos.

12 Então Jesus dirige-se ao que o havia convidado e lhe exorta: “Quando deres um banquete ou um jantar, não convides os teus amigos, irmãos, ou parentes, nem teus vizinhos ricos; se assim procederes, eles poderão, da mesma maneira, convidar-te, e desta forma sempre serás recompensado.

12 O mais novo reivindicou do seu pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança a que tenho direito’. E consentindo, o pai repartiu sua propriedade entre eles.

13 Pelo contrário, ao dares uma grande ceia, convida os pobres, os deficientes físicos, os mutilados e os que não podem ver.

13 Não se passou muito tempo, e o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, partindo para terras distantes; e lá esbanjou todos os seus bens, vivendo de forma irresponsável.

14 Feliz serás tu, porque estes não têm como te pagar. Entretanto, receberás tua régia recompensa na ressurreição dos justos”.

14 Coincidentemente, após haver gasto tudo o que possuía, abateu-se sobre toda aquela região uma grande fome, e ele começou a passar muita necessidade.

A parábola do grande banquete (Mt 22.1-14)

15 Ora, ao ouvir tais ensinos, um dos que estavam reclinados ao redor da mesa, enunciou: “Feliz será aquele que partilhar do pão no banquete do Reino de Deus!”

Jesus come com os pecadores

15 E aconteceu que todos os pecadores, como os coletores de impostos e pessoas de má fama estavam se reunindo para ouvir a Jesus.

15 Por esse motivo foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o campo a fim de cuidar dos porcos.

16 Jesus, contudo, declarou: “Certo homem estava preparando um notável banquete e convidou muitas pessoas.

16 Ali, chegou a ter vontade de encher o estômago com as vagens de alfarrobeira com as quais os porcos eram alimentados, no entanto, ninguém lhe dava absolutamente nada.

17 Próximo à hora do início da ceia, enviou seu servo para anunciar aos que haviam sido convidados: ‘Vinde! Eis que tudo está preparado para vós’.

17 Foi quando, caindo em si, falou consigo mesmo: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida com fartura, e eu aqui, morrendo de fome!

18 Contudo, um por um, começaram a declinar com desculpas. O primeiro alegou: ‘Acabei de adquirir uma grande propriedade, e preciso ir vê-la. Por favor, queiras desculpar-me!’

18 Levantar-me-ei, tomarei o caminho de volta para meu pai, e ao chegar lhe confessarei: Pai, pequei contra o céu e contra ti.

19 Outro conviva explicou-se: ‘Acabei de comprar cinco juntas de bois e preciso ir experimentá-las. Rogo-te que me tenhas por perdoado!’

19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores’.

20 E outro ainda argumentou: ‘Acabo de me casar, e por esse motivo, não posso ir’.

20 E, logo em seguida, levantou-se e saiu na direção do pai. Vinha caminhando ele ainda distante, quando seu pai o viu e, pleno de compaixão, correu ao encontro do seu filho, e muito o abraçou e beijou.

21 Diante disso, voltou o servo e tudo relatou ao seu senhor. Então, o dono da casa irou-se sobremaneira e ordenou ao seu servo: ‘Sai agora mesmo para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos’.

21 Então, o filho lhe declarou: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho!’

22 Mais tarde lhe relatou o servo: ‘Tudo o que o senhor mandou está feito conforme a tua vontade, mas ainda há lugar!’

22 Entretanto, o pai ordenou aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o com distinção, ponde-lhe o anel de autoridade e as sandálias de filho.

23 Então ordenou o senhor ao seu servo: ‘Ide por vários caminhos e atalhos e os que encontrar obriga-os a entrar, para que a minha casa fique repleta.

23 Também trazei o novilho gordo e o preparai. Comamos, façamos uma grande festa e regozijemo-nos!

24 Porquanto vos asseguro que nenhum daqueles que previamente foram convidados provará da minha ceia’”.

24 Porquanto este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado’. E começaram a celebrar o seu regresso.

O custo de ser discípulo de Cristo

25 Milhares de pessoas acompanhavam Jesus; então, dirigindo-se à multidão lhes declarou:

25 Entrementes, o filho mais velho estava no campo. Quando foi se aproximando da casa do pai, ouviu o som da música e das danças.

26 “Se alguém deseja seguir-me e ama a seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até mesmo a sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.

26 Então chamou um dos servos e indagou-lhe sobre o que estava acontecendo.

27 Da mesma forma, todo aquele que não carrega a sua própria cruz e segue após mim não pode ser meu discípulo.

27 Este informou: ‘Teu irmão regressou, e teu pai mandou matar o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo!’

28 Porquanto, qual de vós, desejando construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o custo do empreendimento, e avalia se tem os recursos necessários para edificá-la?

28 Mas o filho mais velho encheu-se de ira, e negou-se a entrar. Então o pai saiu e insistiu com ele.

29 Para não acontecer que, havendo providenciado os alicerces, mas não podendo concluir a obra, todas as pessoas que a contemplarem inacabada zombem dele,

29 Porém ele replicou ao pai: ‘Há tantos anos tenho trabalhado como um escravo para ti sem nunca ter desobedecido a uma só ordem tua. Contudo, tu nunca me ofereceste nem ao menos um cabrito para que pudesse festejar com meus amigos.

30 proclamando: ‘Este homem começou grande construção, mas não foi capaz de terminá-la!’

30 No entanto, chegando em casa esse teu filho, que pôs fora os teus bens com prostitutas, tu ordenaste matar o novilho gordo para ele!’

31 Ou ainda, qual é o rei que, pretendendo partir para guerrear contra outro rei, não se assenta primeiro para analisar se com dez mil soldados poderá vencer aquele que vem enfrentá-lo com vinte mil?

31 Então, lhe arrazoou o pai: ‘Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que possuo é igualmente teu.

32 Se chegar à conclusão de que não poderá vencer, enviará uma delegação, estando o inimigo ainda longe, e solicitará suas condições de paz.

32 Porém, nós tínhamos que celebrar muito a volta deste teu irmão e regozijar-mo-nos, porque ele estava morto e reviveu, estava sem esperança e foi salvo!’”

33 Assim, portanto, todo aquele dentre vós que não renunciar a tudo quanto de mais estimado possui não pode ser meu discípulo.

34 Portanto, bom é o sal, mas ainda ele, se perder o sabor, como restaurá-lo?

35 Não serve nem para o solo nem mesmo para adubo; será apenas lançado fora. Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!”