Bíblia do povo

O Evangelho Segundo Lucas (Lc), capítulo 7, vesículo 3

O Evangelho Segundo Lucas (Lc) 7:3

3 O centurião havia ouvido falar de Jesus e, por isso, lhe enviou alguns líderes religiosos dos judeus, pedindo que fosse curar seu servo.


Um centurião revela sua fé em Jesus (Mt 8.5-13)

1 Havendo concluído suas instruções aos discípulos e ao povo, Jesus entrou em Cafarnaum.

2 E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente e à beira da morte.

3 O centurião havia ouvido falar de Jesus e, por isso, lhe enviou alguns líderes religiosos dos judeus, pedindo que fosse curar seu servo.

4 Então, aproximando-se de Jesus, apelaram-lhe com muitas súplicas: “Este é um homem que merece que lhe concedas esse favor,

5 pois trata nosso povo com elevada consideração, e ele mesmo construiu nossa sinagoga”.

6 Então Jesus seguiu com eles. Mas, ao chegarem nas proximidades da residência, o centurião enviou-lhe alguns amigos para lhe entregarem a seguinte notícia: “Senhor, não te incomodes, porque sei que não sou digno de receber-te sob o teto da minha casa.

7 Por isso, nem mesmo me considerei merecedor de ir ao teu encontro. Mas ordena, com uma só palavra, e o meu servo será curado.

8 Pois eu também sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu comando. Mando a um: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.

9 Ao ouvir esta declaração, Jesus muito se admirou dele e, voltando-se para a multidão que o acompanhava, exclamou: “Asseguro-vos que nem mesmo em Israel encontrei uma fé como esta”.

10 E aconteceu que os homens que haviam sido enviados, retornaram para a casa do centurião, e ao chegarem lá, encontraram o servo dele totalmente curado.

Jesus ressuscita um jovem na multidão

11 No dia seguinte, partiu Jesus para uma cidade chamada Naim, e com ele caminhavam seus discípulos e uma grande multidão.

12 Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e grande multidão da cidade a acompanhava.

13 Ao observá-la, o Senhor se compadeceu dela e a encorajou: “Não chores!”

14 E aproximando-se, tocou no esquife. Então, os que o carregavam pararam. E Jesus exclamou: “Jovem! Eu te ordeno: levanta-te!”

15 No mesmo instante, o jovem que estivera morto se pôs sentado, e começou a conversar, e assim Jesus restituiu o jovem à sua mãe.

16 Todos foram tomados de grande temor e louvavam a Deus proclamando: “Grande profeta foi levantado entre nós!” e “Deus veio salvar o seu povo!”

17 Estas notícias a respeito de Jesus circularam por toda a Judeia e regiões circunvizinhas.

João manda saber quem é Jesus (Mt 11.2-6)

18 Então, os discípulos de João lhe relataram todos esses acontecimentos. E João, chamando dois deles,

19 enviou-os ao Senhor para lhe perguntar: “És Tu aquele que estava para chegar ou havemos de esperar outro?”

20 Assim que os discípulos de João se aproximaram de Jesus lhe explicaram: “João Batista mandou-nos para vos indagar: ‘És Tu aquele que estava para chegar ou havemos de esperar outro?’”

21 E naquela mesma hora Jesus curou muitos de doenças e todos os tipos de sofrimento, bem como de espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram cegos.

22 E, depois disto, declarou aos mensageiros: “Ide e relatai a João tudo o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e o Evangelho é pregado aos pobres.

23 E mais, bem-aventurado é aquele que não se escandalizar por minha causa!”

Jesus confere honras a João (Mt 11.7-19)

24 Havendo partido os mensageiros de João, passou Jesus a testemunhar às multidões acerca da pessoa e da obra de João: “Que saístes a ver no deserto? Um caniço movido de um lado para o outro pelo vento?

25 Que saístes a contemplar? Um cavalheiro vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas suntuosas, se entregam ao luxo e vivem em delícias estão nos palácios.

26 Afinal, que fostes observar? Um profeta? Eu vos asseguro que sim, e muito mais do que um profeta.

27 Este é aquele a respeito de quem está escrito: ‘Eis que enviarei o meu mensageiro à tua frente; pois ele preparará o teu caminho diante de Ti’.

28 Eu vos afirmo que dentre os nascidos de mulher não há um ser humano maior do que João. Todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”.

29 E todo o povo, inclusive os publicanos, ao ouvirem as palavras de Jesus, reconheceram que o caminho de Deus era justo, e se submeteram ao batismo de João.

30 Entretanto, os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus para eles próprios, e não se dispuseram a ser batizados por ele.

31 “Sendo assim, a que compararei as pessoas da presente geração?”, prosseguiu Jesus, “Com que se assemelham?”

32 “Ora, são como crianças que ficam sentadas na praça e gritam umas às outras: ‘Nós vos tocamos flauta, e vós não dançastes; entoamos lamentações e vós não chorastes’.

33 Assim tendes agido, pois veio João Batista, que não come pão e não bebe vinho, e julgais: ‘Este está com demônio!’

34 Então chegou o Filho do homem, comendo pão e bebendo vinho, e condenais: ‘Eis aí um glutão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores!’

35 Todavia, os filhos da Sabedoria reconhecem e acolhem as suas obras”.

Uma pecadora unge a Jesus

36 Tendo sido convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se, como era o costume, junto à mesa.

37 Assim que tomou conhecimento que Jesus estava reunido à mesa, na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma pecadora, trouxe um frasco de alabastro cheio de perfume.

38 E, posicionando-se atrás de Jesus, prostrou-se a seus pés e começou a chorar. Suas lágrimas molharam os pés de Jesus, mas ela, em seguida os enxugou com os próprios cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.

39 Diante de tal cena, o fariseu que o havia convidado falou consigo mesmo: “Se este homem fora de fato profeta, bem saberia quem nele está tocando e que espécie de mulher ela é: uma pecadora!”

40 Então, voltou-se Jesus para o fariseu e lhe propôs: “Simão, tenho algo para dizer-te”. Ao que ele aquiesceu: “Sim, Mestre, dize-me”.

41 “Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta.

42 Nenhum dos dois tinha com que pagar, por isso o credor decidiu perdoar a dívida de ambos. Qual deles o amará mais?”

43 Replicou-lhe Simão: “Imagino que aquele a quem foi perdoada a dívida maior”. Ao que Jesus o congratulou: “Julgaste acertadamente!”

44 Então, virou-se em direção à mulher e declarou a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos.

45 Da mesma maneira, tu não me saudaste com um beijo na face, como é tradicional; ela, todavia, desde que cheguei não cessa de me beijar os pés.

46 E mais, tu não me ungiste a cabeça com óleo, como era de se esperar, mas esta mulher, com puro bálsamo, ungiu os meus pés.

47 Por tudo isso, te asseguro: o grande amor por ela demonstrado prova que seus muitos pecados já foram todos perdoados. Mas onde há necessidade de pouco perdão, pouco amor é revelado.”

48 Em seguida, Jesus afirmou à mulher: “Perdoados estão todos os teus pecados!”

49 Então, os demais convidados começaram a comentar: “Quem é este que pode até perdoar pecados?”

50 E Jesus revela à mulher: “A tua fé te salvou; vai-te em permanente paz”.

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