Bíblia do povo

O Evangelho Segundo Lucas (Lc), capítulo 9, vesículo 43

O Evangelho Segundo Lucas (Lc) 9:43

43 Diante disto, todos ficaram pasmos perante o poder majestoso de Deus.


Jesus envia os Doze em missão (Mt 10.1-15; Mc 6.7-13)

1 Havendo Jesus convocado os Doze, concedeu-lhes poder e completa autoridade para expulsar todos os demônios, assim como para realizarem curas.

2 Igualmente os enviou para proclamar o Reino de Deus e curar os doentes.

3 E lhes orientou: “Nada leveis convosco pelo caminho: nem bordão, nem mochila de viagem, nem pão, nem dinheiro e nem mesmo uma túnica extra.

4 Na casa em que entrardes, ali permanecei até que chegue a hora da vossa saída.

5 Porém, se não vos receberem, sacudi o pó das vossas sandálias assim que sairdes daquela cidade, como testemunho contra aquela gente”.

6 E assim, partiram os Doze e percorreram todos os povoados, pregando o evangelho e realizando curas por toda a parte.

Herodes tenta encontrar Jesus (Mt 14.1-12; Mc 6.14-29)

7 O tetrarca Herodes ouviu comentários sobre o que estava ocorrendo e ficou assustado, pois algumas pessoas divulgavam que João havia ressuscitado dos mortos.

8 Outros, alegavam que Elias tinha ressurgido; e outros ainda falavam que um dos profetas do passado havia voltado à vida.

9 Herodes, entretanto, afirmava: “Eu mandei decapitar a João; quem é, pois, este a respeito do qual tenho ouvido tais coisas?” E se empenhava por conhecê-lo.

A primeira multiplicação dos pães (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Jo 6.1-15)

10 Entrementes, ao regressarem os apóstolos, relataram a Jesus tudo quanto tinham realizado. Então Ele os levou consigo, e retiraram-se para uma cidade chamada Betsaida.

11 Contudo, as multidões ficaram sabendo, e o seguiram. Ele as acolheu, e ensinava-lhes acerca do Reino de Deus, e atendia a todos que tinham necessidade de qualquer cura.

12 Ao cair da tarde, os Doze se aproximaram de Jesus e lhe sugeriram: “Despede a multidão para que possam ir aos campos vizinhos e aos povoados, e encontrem alimento e pousada, pois aqui estamos em lugar desabitado”.

13 No entanto, Ele lhes ordenou: “Dai-lhes vós algo com que possam se alimentar”. Mas eles replicaram: “Não temos nada além de cinco pães e dois peixes, a não ser que compremos comida para todo esse povo”.

14 Pois estavam ali reunidos cerca de cinco mil homens. Ele, então, orientou aos seus discípulos: “Fazei-os sentar em grupos de cinquenta pessoas”.

15 E assim procederam os discípulos, e todos se assentaram.

16 Então, tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo o olhar em direção ao céu, deu graças e os partiu. Em seguida, entregou-os aos discípulos para que os servissem para toda a multidão.

17 E aconteceu que todas as pessoas se alimentaram até ficarem plenamente satisfeitas, e os discípulos recolheram doze cestos repletos de pedaços que haviam sobrado.

Pedro confessa que Jesus é o Cristo (Mt 16.13-20; Mc 8.27-30)

18 Certa ocasião, estava Jesus orando em particular, e com Ele estavam seus discípulos; então lhes indagou: “Quem as multidões afirmam que sou Eu?”

19 Ao que eles replicaram: “Alguns comentam que és João Batista; outros, Elias; e ainda outros afirmam que és um dos profetas do passado que ressuscitou”.

20 “Mas vós”, inquiriu Jesus, “quem dizeis que Eu Sou?” Então Pedro tomou a palavra e declarou: “És o Cristo de Deus!”

Jesus prediz sua morte e ressurreição (Mt 17.1-8; Mc 9.2-8)

21 Então Jesus os preveniu veementemente e ordenou que a ninguém revelassem esse fato.

22 E acrescentou: “Pois é necessário que o Filho do homem passe por muitos sofrimentos e venha a ser rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei; seja assassinado e, ao terceiro dia, ressuscite”.

Tome a sua cruz e siga a Jesus (Mt 16.24-28; Mc 8.34 – 9.1)

23 E Jesus proclamava às multidões: “Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz dia após dia, e caminhe após mim.

24 Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará.

25 Porquanto, de que adianta ao ser humano ganhar o mundo inteiro, mas perder-se ou destruir a si mesmo?

26 Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem, igualmente, se envergonhará dele, quando voltar em sua glória e sob as honrarias do Pai e dos santos anjos.

27 Com certeza vos asseguro que alguns que aqui se encontram, de modo algum passarão pela morte antes de verem o Reino de Deus”.

Alguns vêem a glória de Jesus (Mt 17.1-13; Mc 9.2-13)

28 Passados quase oito dias após o pronunciamento destas palavras, Jesus tomou consigo a Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar.

29 Enquanto orava, a aparência do seu rosto foi se transformando e suas roupas ficaram alvas e resplandeceram como o brilho de um relâmpago.

30 Então, surgiram dois homens que começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias.

31 Apareceram em glorioso esplendor e falavam sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém.

32 Pedro e seus amigos estavam dormindo profundamente, mas despertaram de súbito, e viram a fulgurante glória de Jesus e os dois homens que permaneciam com Ele.

33 Quando estes iam se afastando de Jesus, Pedro sugeriu: “Mestre, como é bom que estejamos aqui! Vamos erguer três tabernáculos: um será teu, outro para Moisés, e outro, de Elias”. Mas Pedro não sabia, ao certo, o que estava propondo.

34 Entretanto, enquanto ele ainda falava, uma nuvem surgiu e os encobriu, e grande foi o temor que sentiram os discípulos ao verem aqueles homens desaparecerem dentro da espessa nuvem.

35 Então, dela propagou-se uma voz, afirmando: “Este é o meu Filho, o Escolhido; a Ele dai toda atenção!”

36 Passado o som daquela voz, Jesus ficou só. Os discípulos, então, guardaram o que viram e ouviram somente para si; durante aquele tempo não compartilharam com ninguém o que acontecera.

A cura de um menino possesso (Mt 17.14-23; Mc 9.14-32)

37 No dia seguinte, assim que desceram do monte, uma grande multidão veio ao encontro de Jesus.

38 De repente, um homem surgiu do meio da multidão clamando em alta voz : “Mestre! Suplico-te que socorras meu filho, o meu único filho!

39 Um espírito se apodera dele; e no mesmo instante faz o menino berrar, joga-o no chão, provoca-lhe convulsões até espumar pela boca, jamais o deixa por muito tempo, e por meio de muitos ferimentos o está destruindo.

40 Roguei aos teus discípulos que expulsassem o espírito maligno, mas eles não conseguiram”.

41 Então, declarou Jesus: “Ó geração sem fé e perversa! Até quando estarei convosco e sofrerei com vossa incredulidade? Trazei-me aqui o teu filho”.

42 Enquanto o menino caminhava em sua direção, o demônio o lançou por terra, em convulsão. Porém Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou de volta a seu pai.

43 Diante disto, todos ficaram pasmos perante o poder majestoso de Deus.

Jesus prediz a sua morte outra vez (Mt 17.22-23; Mc 9.33-37)

44 E, enquanto todas as pessoas estavam maravilhadas com seus feitos, todos prodigiosos, Ele comunicou aos seus discípulos: “Dai toda a vossa atenção às palavras que vos passo a revelar: o Filho do homem está prestes a ser entregue nas mãos dos homens”.

45 Todavia, eles não conseguiam entender o significado de tais palavras, pois foi-lhes vedado esse entendimento, a fim de que não as compreendessem. E tinham receio de pedir mais explicações a Jesus a este respeito.

Quem é o maior no Reino? (Mt 18.1-5; Mc 9.33-41)

46 Emergiu entre os discípulos uma discussão sobre quem, dentre eles, seria o maior.

47 Mas, Jesus, conhecendo os seus anseios mais íntimos, tomou uma criança e a colocou em pé, ao seu lado.

48 Então afirmou: “Quem recebe esta criança em meu Nome, recebe a minha própria pessoa; e quem me recebe, está recebendo Aquele que me enviou. Portanto, aquele que entre vós for o menor, este sim, é grandioso”.

Jesus não aprova o sectarismo (Mc 9.38-40)

49 Então replicou João: “Mestre, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e nos dispusemos a tentar impedi-lo, pois afinal, ele não caminha conosco.

50 Jesus, entretanto, lhes advertiu: “Não o proibais! Pois quem não é contra vós outros, está a vosso favor”.

Jesus não é aceito pelos samaritanos

51 E ocorreu que, ao se cumprirem os dias em que seria elevado aos céus, Jesus manifestou em seu semblante a firme resolução de ir em direção a Jerusalém.

52 E, por isso, enviou mensageiros à sua frente. Indo estes, chegaram a um povoado samaritano a fim de lhe preparar pousada.

53 Contudo, o povo daquela aldeia não o recebeu por notar que Ele estava prioritariamente a caminho de Jerusalém.

54 Diante de tal situação, os discípulos Tiago e João, propuseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para que sejam aniquilados?”

55 Mas Jesus, mirando-os, admoestou-lhes severamente: “Não sabeis vós de que espécie de espírito sois?

56 Ora, o Filho do homem não veio com o objetivo de destruir a vida dos seres humanos, mas sim para salvá-los!” E assim, rumaram para um outro povoado.

O alto custo do discipulado (Mt 8.19-22)

57 Quando estavam andando pelo caminho, uma pessoa declarou a Jesus: “Eu te seguirei por onde quer que andares”.

58 Mas Jesus lhe replicou: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”.

59 Entretanto, a outro homem fez um convite: “Segue-me!” Ele, contudo, argumentou: “Senhor, permite-me ir primeiramente sepultar meu pai”.

60 Todavia, insistiu Jesus: “Deixa os mortos sepultarem os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e proclama o Reino de Deus”.

61 Outro ainda lhe prometeu: “Senhor, eu te acompanharei, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”.

62 Ao que Jesus lhe asseverou: “Ninguém que coloca a mão no arado, e fica contemplando as coisas que deixou para trás, é apto para o Reino de Deus”.

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