Bíblia do povo

O Evangelho Segundo Marcos (Mc), capítulo 13, vesículo 72

O Evangelho Segundo Marcos (Mc) 13:72

72 E, em seguida, o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: “Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes”. E, percebendo o que fizera, caiu em profundo pranto.


Os sinais do final dos tempos (Mt 24.1-35; Lc 21.5-37)

1 E ocorreu que ao sair Jesus do templo, observou-lhe um de seus discípulos: “Olhai Mestre! Que pedras enormes. Que construções magníficas!”

2 Entretanto Jesus lhe revelou: “Vês estas suntuosas construções? Pois aqui não restará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas!”

2 Entretanto, comentavam: “Que não seja durante as festividades, para que o povo não se tumultue”.

3 Então, havendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, de frente para o templo, Pedro, Tiago, João e André o consultaram em particular:

Jesus é ungido em Betânia (Mt 26.6-13; Jo 12.1-8)

3 E estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de certo homem conhecido como Shim´on, Simão, o leproso, achegou-se dele uma mulher portando um frasco de alabastro contendo valioso perfume, feito de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou todo o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.

4 “Dize-nos quando acontecerão estes eventos, e que sinal haverá quando todos eles estiverem prestes a cumprir-se?”

4 Diante disso, indignaram-se alguns dos presentes, e a criticavam entre si: “Para que este desperdício de tão valioso perfume?

5 E Jesus passou a preveni-los: “Vede que pessoa alguma vos induza ao erro.

5 Um bálsamo como este poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro ser doado aos pobres”. E a censuravam severamente.

6 Pois serão muitos os que virão em meu nome, afirmando: ‘Sou eu’; e iludirão multidões.

6 “Deixai-a em paz!”- ordenou-lhes Jesus. “Por que causais problemas a esta mulher? Ela realizou uma boa ministração para comigo”.

7 No entanto, assim que ouvirem notícias sobre guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário que assim ocorra, contudo, ainda não é o fim.

7 Quanto aos pobres, sempre os tendes ao vosso lado, e os podeis ajudar todas as vezes que o desejardes, todavia a mim nem sempre me tereis.

8 Porquanto nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Sucederão terremotos em vários lugares e muita fome por toda parte. Esses acontecimentos são o início das dores!

8 A mulher fez tudo que estava ao seu alcance. Derramou o bálsamo sobre mim, antecipando a preparação do meu corpo para o sepultamento.

9 Ficai vós alertas, pois vos denunciarão aos tribunais e sereis açoitados nas sinagogas. Por minha causa vos farão comparecer à presença de governadores e reis, e isso se constituirá em testemunho para eles.

9 Com toda a certeza Eu vos asseguro: onde quer que o Evangelho for pregado, por todo o mundo, será também proclamada a obra que esta mulher realizou, e isso para que ela seja sempre lembrada”.

10 Contudo, é indispensável que primeiro o Evangelho seja anunciado para todas as nações.

10 E, depois disso, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi encontrar-se com os chefes dos sacerdotes, com o propósito de lhes entregar Jesus.

11 Todas as vezes que fordes presos e levados a julgamento, não vos preocupeis com o que haveis de declarar, porém, o que vos for concedido naquele momento, isso proclamai; porque não sois vós os que falais, mas sim, o Espírito Santo!

11 Ao ouvirem a proposta, eles ficaram muito satisfeitos e se comprometeram a lhe pagar algum dinheiro. E, por isso, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.

12 E sucederá que um irmão trairá seu próprio irmão, entregando-o à morte, e dessa mesma maneira agirá o pai para com seu filho. Filhos haverá que se revoltarão contra seus próprios pais e os assassinarão.

A Ceia do Senhor (Mt 26.17-30: Lc 22.7-23; Jo 13.18-30)

12 E, no primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando tradicionalmente se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus o consultaram: “Onde desejas que vamos e façamos os preparativos para ceares a Páscoa?”

13 Sereis odiados de todos por minha causa, todavia, aquele que permanecer firme até o seu fim receberá a glória da salvação.

13 Então Ele enviou dois de seus discípulos instruindo-lhes: “Ide à cidade, e certo homem carregando um cântaro de água virá ao vosso encontro.

A grande tribulação (Mt 24.15-28; Lc 21-24)

14 Então, quando virdes o sacrilégio horrível posicionado no lugar onde não deve estar (aquele que lê as Escrituras entenderá), os que estiverem na Judeia fujam para os montes.

Trama para matar Jesus (Mt 26.1-5; Lc 22.1-2)

14 Restavam somente dois dias para a Páscoa e para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei buscavam um meio de surpreender Jesus em qualquer erro e assim poder condenálo à morte.

14 Segui-o e dizei ao proprietário da casa onde ele entrar que o Mestre deseja saber: ‘Onde está a minha sala de jantar onde cearei a Páscoa com os meus discípulos?’

15 Quem estiver sobre a laje que cobre as vossas casas, fugi depressa, nem entre para retirar dela qualquer de vossos pertences.

15 E aquele homem vos mostrará um amplo cenáculo todo mobiliado e pronto; ali fazei os preparativos”.

16 Quem estiver no campo não retorne para apanhar seu manto.

16 Partiram, pois, os discípulos e chegaram na entrada da cidade onde encontraram tudo como Jesus lhes havia predito. E ali prepararam a Páscoa.

17 Como serão terríveis aqueles dias, principalmente para as grávidas e para as mães que estiverem amamentando!

17 Ao pôr do sol chegou Jesus com seus Doze.

18 Orem para que estes eventos não venham a ocorrer no inverno.

18 E quando estavam ceando, reclinados à mesa, Jesus lhes revelou: “Com toda a certeza vos afirmo que um dentre vós, este que come comigo, me trairá”.

19 Pois aqueles serão dias de tamanho sofrimento, como jamais houve desde que Deus criou o mundo até agora, nem nunca mais haverá.

19 Eles ficaram consternados e lhe afirmavam: “É certo que não serei eu!”

20 Portanto, se o Senhor não tivesse reduzido aquele período, nenhum ser de carne e osso sobreviveria. Contudo, por causa dos eleitos por Ele escolhidos, tais dias foram abreviados pelo Senhor.

20 Mas, asseverou-lhes Jesus: “É um dos Doze, aquele que come comigo do mesmo prato.

21 Se, todavia, alguém lhes anunciar: ‘Eis aqui o Cristo!’ Ou ainda: ‘Ei-lo logo ali!’ Não deis qualquer crédito a isso!

21 O Filho do homem vai, conforme está escrito a respeito dele. No entanto, infeliz daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe fora jamais haver nascido!”

22 Pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, realizando sinais e maravilhas, com o objetivo de enganar, se possível, os próprios eleitos.

O ato de partilhar o pão e o cálice (Mt 26.26-30; Lc 22.19-23; 1Co 11.23-25)

22 E, enquanto ceavam, tomou Jesus um pão e, tendo dado graças, o partiu, e o serviu aos seus discípulos, declarando: “Tomai, isto é o meu corpo”.

23 Desse modo estai vigilantes, pois sobre tudo isso vos avisei com antecedência!

23 Em seguida, tomou Jesus um cálice, deu graças e o entregou aos discípulos, e todos beberam dele.

O glorioso retorno de Jesus (Mt 24.29-31; Lc 21.25-28)

24 Porém, naqueles dias, depois do referido período de tribulação, ‘o sol escurecerá e a lua não dará a sua luz;

24 Então lhes revelou: “Isto é o meu sangue da Aliança, o qual é derramado para o bem de muitos.

25 as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados’.

25 Com toda a certeza vos afirmo que não voltarei a beber do fruto da videira, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”.

26 Então o Filho do homem será visto chegando nas nuvens, com grande poder e glória.

26 E, depois de haverem cantado um salmo, partiram para o monte das Oliveiras.

27 Ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, das extremidades da terra até os confins do céu.

Jesus prediz a traição de Pedro (Mt 26.31-35; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38)

27 Então, Jesus lhes advertiu: “Todos vós me abandonareis. Pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas’.

A parábola da boa figueira (Mt 24.32-44; Lc 21.29-36)

28 Portanto, aprendei com o ensino da figueira: Quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, sabeis que o verão vem chegando.

28 Contudo, depois da minha ressurreição, partirei adiante de vós rumo à Galileia”.

29 Dessa mesma maneira, assim que observardes esses sinais ocorrendo, sabei que o tempo está próximo, já às portas.

29 Pedro exclamou: “Mesmo que todos te abandonem, eu nunca te deixarei!”

30 Com toda a certeza vos afirmo que não passará esta geração até que todos esses fatos ocorram.

30 Replicou-lhe Jesus: “Com toda a certeza te asseguro que ainda hoje, nesta noite, antes que por duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes”.

31 Os céus e a terra passarão, contudo as minhas palavras nunca passarão.

31 Entretanto, Pedro insistia com eloquência: “Ainda que seja preciso que eu morra ao teu lado, jamais te negarei!” E da mesma maneira responderam todos os demais.

Só Deus sabe o dia e a hora. Vigiai! (Mt 24.36-51)

32 Todavia, a respeito daquele dia ou hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho do homem, senão apenas o Pai.

Jesus Cristo no Getsêmani (Mt 26.36-46; Lc 22.39-46)

32 Então caminharam para um lugar chamado Getsêmani e, tendo chegado, solicitou Jesus aos seus discípulos: “Assentai-vos aqui, enquanto Eu vou orar”.

33 Estai, pois, atentos e vigiai! Porquanto não cabe a vós saber quando será este tempo.

33 E levou consigo a Pedro, Tiago e João, e começou a sentir grande temor e profunda angústia.

34 É como um homem que viaja para outro país e, deixando a sua casa, encarrega cada um de seus servos das suas tarefas e ordena ao porteiro que vigie.

34 E compartilhou com eles: “Minha alma está extremamente triste até à morte; ficai pois aqui e vigiai”.

35 Vigiai, pois, uma vez que não sabeis quando regressará o dono da casa: se à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo ou mesmo ao raiar do dia.

35 Caminhou um pouco mais adiante e, prostrando-se, orava para que, se possível, aquela hora fosse afastada dele.

36 E, em vindo repentinamente, que não vos surpreenda entregues ao sono.

36 E rogava: “Abba, Pai, todas as coisas são possíveis para ti, afasta de mim este cálice; todavia, não seja o que Eu desejo, mas sim o que Tu queres”.

37 O que vos tenho dito, proclamo a todos: Vigiai!”

37 Ao voltar para seus discípulos, os surpreendeu dormindo: “Simão!”chamou Ele a Pedro. “Estais dormindo? Não conseguistes vigiar nem por uma hora?

38 Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois, de um lado, o espírito está pronto, mas, por outro lado, a carne é fraca”.

39 E, uma vez mais, Ele se afastou e orou, repetindo as mesmas expressões.

40 Ao regressar, novamente os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados, mas não sabiam como justificar-se.

41 Voltando ainda uma terceira vez, Ele lhes admoestou: “Ainda dormis e descansais? Basta! Eis que a hora é chegada! O filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.

42 Levantai-vos, pois, e vamos! Eis que chegou aquele que me está traindo!”

Jesus é traído e preso (Mt 26.47-56; Lc 22.47-53; Jo 18.1-11)

43 Jesus ainda não havia terminado de falar, quando surgiu Judas, um dos Doze. E com ele chegou uma multidão armada de espadas e cassetetes, vinda da parte dos chefes dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos.

44 Ora, o traidor tinha combinado um sinal com eles: “Aquele a quem eu saudar com um beijo, é Ele: prendei-o e levai-o sob forte segurança”.

45 Então, assim que chegou, dirigiu-se imediatamente para Jesus e o saudou: “Rabbi!” E o beijou.

46 Em seguida, os homens agarraram Jesus e o prenderam.

47 Nesse momento, um dos que estavam bem próximos puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha.

48 Exclamou-lhes Jesus: “Acaso estou Eu liderando alguma rebelião, para virdes me prender com espadas e cassetetes?

49 Pois diariamente tenho estado convosco no templo, vos ensinando, e não me prendestes. Contudo, é para que se cumpram as Escrituras”.

50 Logo em seguida, todos fugiram e o abandonaram.

51 Certo jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo Jesus, quando também tentaram prendê-lo.

52 Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.

Jesus perante o Sinédrio (Mt 26.47-56; Lc 22.47-53; Jo 18.1-11)

53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei.

54 Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. E permaneceu assentado entre os criados, aquecendo-se junto ao fogo.

55 Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam buscando denúncias contra Jesus, todavia não conseguiam encontrar nenhuma.

56 Várias pessoas também testemunharam falsamente contra Ele, contudo, suas declarações não se mostraram coerentes.

57 Então, outros se levantaram para testemunhar inverdades contra Ele:

58 Nós o ouvimos exclamar: “Eu destruirei este templo construído por mãos humanas e em três dias edificarei outro, não erguido por mãos de homens”.

59 Entretanto, nem mesmo quanto a essa acusação o testemunho deles era congruente.

60 Então o sumo sacerdote levantou-se diante de todos e interrogou a Jesus: “Nada contestas à denúncia que estes levantam contra ti?”

61 Ele, contudo, permaneceu em silêncio e nada replicou. Mas o sumo sacerdote voltou a indagá-lo: “És tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?”

62 Jesus asseverou: “Eu Sou! E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e chegando com as nuvens do céu”.

63 Diante disto, o sumo sacerdote rasgou suas vestes e esbravejou: “Por que ainda necessitamos de outras testemunhas?”

64 “Ouvistes a blasfêmia! Que vos parece?” E todos o julgaram merecedor da pena de morte.

65 E assim alguns começaram a cuspir nele; encapuzaram-no, vendando seus olhos e, esmurrando-o, exclamavam: “Profetiza!” E os guardas o levaram debaixo de bofetadas.

Pedro nega a Jesus (Mt 26.69-75; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18, 25-27)

66 Continuando Pedro na parte de baixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali.

67 E, vendo a Pedro se aquecendo, fixou bem seus olhos nele e afirmou: “Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!”

68 Todavia, ele o negou, assegurando: “Não o conheço, nem ao menos sei do que estás falando”. Então foi para fora, em direção ao pórtico. E um galo cantou.

69 Quando a criada o viu lá, começou novamente a falar às pessoas que estavam em derredor: “Este é um deles!”

70 Porém, uma vez mais, ele o negou. E, pouco tempo mais tarde, os que estavam sentados ali perto identificaram Pedro: “Com toda a certeza, tu és um deles, pois és galileu também!”

71 Pedro começou a amaldiçoar-se e a jurar: “Não conheço esse homem de quem falais!”

72 E, em seguida, o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: “Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes”. E, percebendo o que fizera, caiu em profundo pranto.

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